Milhares de trabalhadores brasileiros de férias forçados pela crise
RIO DE JANEIRO. A fabricante brasileira de motocicletas Honda colocou cerca de 2.300 trabalhadores em férias forçadas como resultado da crise financeira global, disseram hoje porta-vozes da indústria.
A Honda, que tem uma de suas maiores montadoras do mundo na Zona Franca de Manaus, Amazonas (norte), enviou quase um quarto de seus 10 mil trabalhadores para descansar desde segunda-feira, explicou um porta-voz da empresa.
“Esta é uma medida preventiva dada a situação atual da economia mundial e a diminuição das linhas de crédito”, disse um porta-voz da empresa à Agência Efe por telefone.
Nos próximos 10 dias de férias parciais, 40 mil motocicletas de baixa cilindrada deixarão de ser produzidas, explicou.
“A crise ainda não afetou os empregos. Mas nossa projeção é de que haja uma queda a partir de dezembro”, disse João Brandão, secretário do Sindicato dos Metalúrgicos de Manaus, também por telefone.
A Honda é a empresa mais importante do segmento de duas rodas em Manaus e há outras 22 empresas que fornecem materiais e equipamentos.
“Se acontecer algo que desestabilize a produção da Honda, os trabalhadores das outras empresas periféricas são afetados”, observou Brandão.
Duas outras empresas do grupo Honda, Honda Components e Honda Lock, também demitiram outros 3.000 trabalhadores, disse.
Por sua vez, a Yamaha também deu férias a 1.000 trabalhadores, quase um quarto de sua força de trabalho, acrescentou.
Nesta semana, a indústria automobilística General Motors (GM) concedeu férias coletivas a 8,6 mil trabalhadores das fábricas de São Caetano do Sul, Mogi das Cruzes e São José dos Campos, segundo a Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM).
A Volkswagen do Brasil anunciou ontem que sua fábrica em São José dos Pinahis, no Paraná, deixará 900 trabalhadores de férias entre os dias 3 e 13 de novembro.