Brown acredita que banqueiros irresponsáveis devem ser ‘punidos’
LONDRES. O primeiro-ministro britânico Gordon Brown disse hoje que os banqueiros que assumem riscos irresponsáveis devem ser “punidos” e disse que os enormes bônus que receberam estão “acabados”.
“Estou furioso com o comportamento irresponsável. Nossa economia é construída em torno de pessoas que trabalham duro, que se esforçam, que tomam decisões responsáveis”, disse o chefe do governo em comunicado à rede GMTV.
“Se houver riscos excessivos e irresponsáveis, isso deve ser punido”, insistiu Brown.
Referindo-se ao plano de resgate do governo britânico oferecido aos bancos na quarta-feira, Brown disse que as instituições que aderirem ao programa terão que aceitar que não poderão pagar grandes bônus aos altos executivos.
“Os dias dos grandes bônus acabaram. Uma das condições para ajudar os bancos é que teremos que chegar a um acordo sobre a remuneração dos executivos”, disse.
O primeiro-ministro criticou o funcionamento de algumas instituições bancárias, que ficaram em dificuldades após o colapso do mercado hipotecário subprime nos EUA.
Brown disse estar confiante de que o contribuinte pode ganhar com o plano de resgate lançado ontem, que consiste em recapitalizar instituições financeiras em apuros.
“O interesse do contribuinte é fundamental para o que estou fazendo. Não há nada por nada. Se fizermos algo, vamos receber algo de volta para o contribuinte britânico”, acrescentou.
Além do plano de ajuda, o Banco da Inglaterra, em medida coordenada com outros bancos centrais do mundo, cortou as taxas de juros em meio ponto, para 4,5%.
Nesse sentido, o ministro da Economia britânico, Alistair Darling, desloca-se hoje a Washington para discutir com as autoridades financeiras internacionais esta redução do preço do dinheiro.
Darling planeja participar amanhã de uma reunião dos ministros da Fazenda do Grupo dos Sete (G7, os sete países mais ricos do mundo) e no sábado em uma do Fundo Monetário Internacional (FMI).
O governo britânico divulgou ontem um plano de resgate multimilionário para estabilizar o sistema financeiro, que coloca em jogo, pelo menos teoricamente, até 500.000 milhões de libras (637.580 milhões de euros) de dinheiro público.